Casamento Religioso – Cerimônia Budista
Como o casamento é celebrado no budismo
O casamento, na religião budista, é ministrado pelo abade ou oficiante, no templo. Como estamos no Brasil, a cerimônia pode sofrer algumas variações, ocidentalizando-se um pouco, sem perder a essência
O budismo é uma religião não-teísta e filosofia oriental que se baseia nos ensinamentos difundidos por Siddhartha Gautama, conhecido como Buda (ou “o iluminado”), que viveu no nordeste do subcontinente indiano (atual Nepal), entre os séculos VI e IV a. C. O budismo é a religião mais praticada no continente asiático, tendo se expandido para o ocidente principalmente a partir do século XIX.
Para o budismo, o casamento é considerado um sacramento. A cerimônia de matrimônio é ministrada no templo pelo abade ou oficiante (homem ou mulher). Em países como o Brasil, alguns costumes tradicionais da religião se misturam com tradições ocidentais. Atualmente, por exemplo, a noiva pode usar seu tradicional vestido de casamento, mas noivos e padrinhos devem evitar a cor preta.
Rituais do Casamento Budista
Ao som de toques que reverenciam Buda e anunciam o começo da cerimônia, os noivos entram juntos no templo e caminham até o altar – onde fica a figura do Buda – seguidos pelos padrinhos. O noivo se coloca do lado esquerdo do altar, a noiva à direita, e os padrinhos, atrás dos noivos ou nos lados do altar (nunca atrás da imagem).
No altar ficam um vaso e um candelabro vazios, além de um maço de flores sem espinhos, uma vela vermelha (trazidos antecipadamente pelo casal) e uma caixinha de incenso em pó (trazido pelo oficiante e aceso pelo casal para chamar os seres iluminados). A cerimônia começa com a noiva oferendo as flores ao noivo e ele ofertando a vela acesa para ela. As ofertas evocam Buda e seus ancestrais para que abençoem o casal. Ao toque do sino, padrinhos e convidados juntam as mãos e começa a leitura do sutra, conjunto de poemas que falam da passagem de Buda pelo mundo.
Um dos rituais mais simbólicos da cerimônia budista é o San-San-Kudo (ou três-nove): uma bebida em um bule, geralmente saquê, é servida pelo celebrante em três xícaras. Cada xícara tem um significado: o pinheiro, sempre verde em todas as estações, é a juventude, a força, a vida; o bambu, flexível, se dobra, mas não se quebra; a flor da ameixeira, a primeira a desabrochar, mesmo com neve, representa a beleza e a coragem.
Os noivos devem beber de cada uma das xícaras, segurando-as com as duas mãos. O oficiante oferece a primeira xícara à noiva. Ela toma um gole da bebida e a oferece ao noivo, que também prova o líquido e o devolve à noiva, até completarem três goles. Assim passam para a segunda e terceira xícaras, fazendo um total de nove goles cada. O ritual lembra as três jóias do budismo: Buda (o desperto); Dharma, (o caminho do entendimento e do amor), e Sangha (a comunidade que vive de forma consciente e harmônica).
Em seguida, os noivos leem os votos que escreveram antecipadamente um para o outro. Depois, os padrinhos assinam o livro do oficiante e este abençoa as alianças do casal. Os noivos trocam as alianças. No momento seguinte, o celebrante coloca na mão esquerda de cada um dos noivos um rosário com 108 contas, representando os 108 portais para a iluminação. Cada obstáculo da vida é um portal a ser superado. No final da cerimônia, todos fazem um minuto de silêncio, mentalizando harmonia e felicidade para os recém-casados.