Filhos do Coração
O caso da troca de bebês numa maternidade em Goiânia comoveu o Brasil, causou sofrimento às duas famílias e levantou uma questão: O que fala mais alto, os laços afetivos ou o DNA?
O caso da troca de bebês na maternidade de Goiânia comoveu todo o Brasil e causou muito sofrimento as duas famílias. Mas porque as mães sofreram tanto com a destroca dos bebês? Não deveriam estar felizes com seus filhos biológicos? O que fala mais alto, os laços afetivos ou o DNA?
A história
A vendedora Keila Celina dos Santos Fagundes, de 22, e a dona de casa Elaine Gomes de Oliveira, de 28 anos, tiveram os filhos trocados logo depois do parto, em março de 2009, no berçário do Hospital Santa Lúcia, em Goiânia (GO).
O caso só começou a ser investigado em abril de 2010, depois que a vendedora apresentou denúncia na polícia. A mãe dela resolveu custear um exame de DNA por causa das humilhações que a filha vinha passando devido a suspeita de traição.
Alguns meses após os partos, o marido de Keila pediu o divórcio. E, mesmo assim, a jovem teria continuado sendo alvo de ataques verbais tanto pelos familiares do ex-marido e em seu local de trabalho.
O erro foi desfeito no dia 4 de maio de 2010 durante audiência na Vara da Infância e Juventude, antes mesmo da Justiça se manifestar sobre o caso. A vendedora Keila Celina dos Santos Fagundes, esperava um processo mais lento, argumentando que seria melhor para a adaptação dos bebês. No entanto, ela foi convencida pela dona de casa Elaine Gomes de Oliveira a fazer a destroca o quanto antes. ?Se demora mais, a criança cresce e vai ficando mais difícil?, comenta.
O caso tocou artistas e celebridades e as famílias ganharam casas muito próximas uma da outra para que possam criar os filhos juntas e não perderem mais o contato.
O amor
Esse caso vem a confirmar que a relação de amor é tão forte ou muitas vezes até maior que os laços consanguíneos. As mães sabem que a destroca foi certa e necessária e já estão aprendendo a amar seus filhos biológicos, mas o amor e dedicação que tiveram por mais de um ano não vão ser simplesmente apagados por um teste de DNA. Na verdade, agora as famílias cresceram e as duas crianças terão duas mães que os amam.
Segundo Luiz Schettini Filho, escritor de vários livros sobre adoção e relacionamento entre pais e filhos adotivos, “O afeto não é maior ou menor pelo fato de o filho ser biológico ou adotado. O amor ao filho independe da sua origem; é consequência de uma disposição interna que não leva em conta, necessariamente, características objetivas de quem se ama.”
Encontramos uma mensagem muito emocionada em um blog que ilustra bem isso:
?… Mas…mãe! Há algo mais forte que os laços de sangue: são os laços do coração, aqueles que por uma razão inexplicável nos ligam para sempre a uma outra pessoa. Assim eu nasci, não da sua barriga, mas do seu ser.? (veja na integra)